A luz tem cor!
Provavelmente isso não é surpresa para a maioria dos fotógrafos profissionais, ou até mesmo para os amadores, pois há muitos anos nos habituamos a ver os pequenos ícones de sol, nuvem, raio e lâmpada em nossas câmeras digitais.
Estas configurações de equilíbrio de branco foram projetadas para compensar os vários tingimentos de cor gerados pelas diferentes condições de iluminação. No entanto, o que a maioria dos fotógrafos não considera inteiramente é como alterações sutis nesse equilíbrio podem afetar a atmosfera de uma imagem.
Assim como levamos em consideração a forma como estilo, intensidade, suavidade, direção e chiaroscuro da iluminação influenciam a sensação da imagem, também devemos levar em conta o impacto da cor da luz.
O BÊ-A-BÁ DO EQUILÍBRIO DE BRANCO E TEMPERATURAS DE COR
Falando de maneira geral, a luz mais quente (com tingimento de amarelo e alaranjado) transmite uma sensação romântica e de mais conforto. Pense na chama amarelada do fogo, fascinando você e acalmando sua mente.
A luz mais fria (azul e ciano) pode ser revigorante, melancólica, misteriosa e até mesmo agourenta. Pense no gelo azulado do centro de uma galeria ou na imensidão desconhecida do profundo mar azul. A simples alteração da cor da sua luz pode afetar significativamente a atmosfera da imagem, com todos os outros elementos permanecendo inalterados. Como fotógrafo, você sempre deve perguntar: “Que cor de luz melhor se adapta a minha imagem”?
A temperatura da cor é expressa em Kelvin (K), com os números mais baixos indicando as cores quentes, ou mais amareladas; e os mais altos, as frias ou azuladas.
Na fotografia, geralmente, lidamos com uma amplitude de 20 k (para a lâmpada doméstica) até 6500 k (dia nublado), em bora seja possível encontrar números além destes. As câmeras digitais de alto nível podem ser ajustadas manualmente para temperaturas entre 2500 e 10.000 k. Considera-se 5500 k como a luz do dia “normal” e neutra, reproduzindo as cores em sua aparência real. É muito comum confundir Kelvin com Kevin, embora não exista um relacionamento formal entre eles.
As câmeras digitais podem ser configuradas manualmente de cor da luz que prevaleceu, basicamente contrapondo-a com os ajustes necessários para fazê-la ficar com 5500 K. Elas também podem utilizar o Equilíbrio de Branco Automático, onde a câmera analisa a cena através da objetiva e faz os ajustes que considera necessário para obter uma luz de 5500k.
Os fotógrafos precisam conhecer, entretanto, os limites da inteligência de seus sistemas. Quando a câmera enxerga um homem azul, vestindo camisa azul diante de uma parede da mesma cor, ela realmente não sabe se há uma preponderância de luz azul ou existência de objetos azuis, simplesmente enxerga a cor e tenta neutralizar a cena com mais amarelo.
A iluminação da imagem poderia estar perfeitamente neutra, porém, o equipamento não sabe disso. Seria possível, entretanto, você saber disso e fazer os ajustes manuais necessários para reproduzir o azul em toda a sua ousadia ‘azulidade’.
A luz também pode ter tingimentos de cor, que normalmente varia de verde ao vermelho e magenta. As fluorescentes comuns tendem para o verde, que é equilibrado pela cor complementar, magenta, para ficar neutro.
Uma das coisas realmente fabulosas dos arquivos RAW digitais é que a temperatura da cor e o tingimento podem ser equilibrados mais tarde, no software, sem perda de qualidade na imagem. Isso abre espaço, para compensar equívocos da câmera ou para suas próprias interpretações artísticas.
Entretanto, isso não acontece se você capturar em JPEG ocorre perdas significativas de qualidade se forem feitos grandes ajustes no pós-produção.
Seja esperto e fotografe em RAW.
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