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A FOTOGRAFIA, A LUZ E A LEI DO QUADRADO INVERSO

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A luz emitida por um flash gera, sobre uma parede, uma mancha luminosa de determinadas dimensões. À medida que retiramos ou aproximamos o flash, ela vai se tornando maior ou menor (podemos constatar isto em casa com uma lanterna em um quarto escuro).


Vamos supor que a mancha de luz tenha a forma de quadrado – algo pouco provável – e tenha um metro de altura por um metro de largura.


Vamos considerar também que o flash se encontra a 1 metro de largura. Como ficará o quadrado se agora colocarmos o flash a 2 metros? A resposta é 4 vezes maior, ou seja, a mancha vai ter quatro metros quadrados. Agora, com um giz, traçamos uma cruz no meio da mancha, dividindo-a em quatro partes. Cada uma dessas partes terá as mesmas dimensões daquela que aparecia quando o flash estava a 1 metro. Mas, e a intensidade da luz? Terá variado?


A quantidade de luz que há nos 4 metros quadrados é igual à que havia no primeiro quadrado, mas essa deve se repartir entre as quatro partes, quer dizer, cada um dos quadrados recebe ¼ de luz do total. Se agora afastamos a fonte mais 1 metro, a distância da parede será de 3 metros e a mancha de luz haverá aumentado. Se traçarmos com um giz quadrados de igual tamanho que do primeiro, desta vez obteremos nove, ou seja, uma matriz de 3×3.


A intensidade de cada um desses quadrados seria nove vezes menor que aquela do primeiro quadrado, situado a 1 metro.


Se a distância é de 1 metro e a intensidade for a correta, a 2 metros a intensidade será quatro vezes menor: a 3 metros, nove vezes menor, a 4 metros, dezesseis vezes menor, e assim sucessivamente.


A definição dessa lei, aplicável a qualquer fonte emissora de luz, afirma que a intensidade da luz diminui de acordo com o quadrado da distância da fonte que a emite. Isso quer dizer que uma mesma superfície recebe quatro vezes menos quantidade de luz caso se distancie a fonte o dobro da distância. Isso pode parecer pouco relevante, porém é uma das afirmações mais úteis e mais presentes na fotografia.


Essa lei também explica como foi visto anteriormente, por que ao abrir dois pontos de diafragma conseguimos com que o flash seja capaz de iluminar o dobro da distância. Dois pontos de diafragma fazem com que, em nossa câmera, entre quatro vezes mais quantidade de luz (o dobro do dobro), que é precisamente o que ganhamos se aproximarmos a fonte de luz ao meio da distância. Com a sensibilidade ocorre exatamente o mesmo. Aumentar dois pontos de ISO – por exemplo, de 100 a 400 – ou ainda de velocidade, para 1/100 para 1/400, implica quatro vezes mais exposição.


Os números “f” como mencionamos antes, também estão relacionados com essa lei. Se dois pontos de diafragma ou de ISO representam o dobro do alcance de nossa unidade de flash, um único ponto diz que devemos multiplicar a distância inicial por 1,4.


Imagine que temos um flash que, a uma potência de 1/64, um diafragma de f/5.6 e ISO 100, ilumina corretamente um objeto a 1 metro. Se fôssemos incrementar a potência do flash em pontos, a distância que teríamos que colocar o flash para iluminar corretamente o objeto teria que ser aumentado.


Não é por acaso que a distância aumenta na mesma proporção que os famosos números “f” nessa mesma progressão se produz quando variamos o diafragma, deixando a potência e o valor ISO fixos.


Isso também acontece com as variações de ISO (sensibilidade), e as variações da velocidade do obturador.


Quando afirmamos na fotografia que a variação desses três fatores, abertura, velocidade e ISO é “o dobro ou a metade”, estamos nos referindo a Lei do Quadrado Inverso, a base da fotografia.


Extraído do:

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