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Filtros polarizadores mudam a maneira que a câmera fotográfica vê e trata a luz. Ao utilizarmos um, notamos uma mudança na forma como a câmera vê reflexos e brilhos. Como resultado, ele também tem a capacidade de alterar a vibração de algumas cores nas fotografias, sendo possível reduzir drasticamente reflexos, realçar cores e aumentar o contraste entre o céu e as nuvens.
O filtro polarizador mais utilizado em câmeras DSRL e demais câmeras digitais é chamado de Filtro Polarizador Circular (CPL – Circular Polarizer Lens Filter). Composto por dois anéis, sendo que o anel externo desliza sobre o interno. Normalmente, são feitos de vidro fotográfico revestido por uma ou mais camadas de materiais sintéticos, filtrando ondas de luz não-polarizadas (ou polarizadas em determinadas direções). O encaixe do filtro na lente da câmera é rosqueável.
As lentes de câmeras DSLR (lentes intercambiáveis) possuem rosca de encaixe com diâmetros compatíveis com a maioria dos filtros disponíveis no mercado. Basta escolher o filtro com o diâmetro da lente ou utilizar um anel adaptador. Para as câmeras digitais intermediárias, encontram-se facilmente adaptadores e filtros.
Já para os modelos de câmeras digitais compactas mais antigas, com algum esforço é possível encontrar tubos e anéis adaptadores que permitirão o uso de filtros de menor diâmetro, como os de 37 mm.
Mas há, na verdade, dois tipos de filtros polarizadores: o circular e também o linear. Ambos adicionam o mesmo efeito de polarização à imagem final, contudo suas funcionalidades são diferentes.
Todas as câmeras DSLR funcionam em seus modos automáticos ou semi-automáticos com os filtros polarizadores circulares, enquanto que com o filtro linear as câmeras digitais perdem a capacidade de foco automático e também de medição de luminosidade. Isto ocorre porque os filtros polarizadores lineares não adicionam o efeito de polarização circular na luz que passa por eles e atinge o sensor da câmera. A olho nu, sem que se façam alguns testes, não há como diferenciar um polarizador circular de um linear.
O grau máximo de polarização ocorre em uma faixa circular de 90° do sol, por isso é relativamente fácil identificar exatamente onde o céu aparecerá em seu tom mais escuro nas fotografias. Um simples truque é formar uma pistola com seus dedos indicador e polegar e depois apontar o dedo indicador diretamente para o sol. Em seguida, gire o polegar no sentido horário ou anti-horário (mantendo seu dedo indicador direcionado ao sol).
As partes do céu para onde o seu polegar aponta vão ter o grau máximo de polarização, pois estão em ângulo reto em relação ao sol. Isso significa que, quando o sol está diretamente sobre a cabeça, perto do zênite, o céu será polarizado horizontalmente, fazendo com que o céu apareça mais ou menos o mesmo em todas as direções.
No entanto, apenas o fato de que o filtro é capaz de apresentar efeito máximo nas direções acima, não significa necessariamente que este será o lugar onde a imagem aparecerá mais afetada pela polarização. Ao girar-se o filtro, alterna-se o ângulo (relativo ao sol), que parecerá mais polarizado. A melhor maneira de obter uma idéia disso é girando o filtro enquanto se olha através do visor da câmera (ou LCD traseiro).
Uma vez que o efeito do filtro polarizador varia de acordo com o ângulo, os resultados podem parecer desiguais quando se utiliza uma lente grande angular. Algumas porções da cena podem estar em uma direção diretamente direcionadas ao sol, enquanto outras podem estar em um ângulo reto ao sol. Nesse caso, um lado da fotografia poderá um forte efeito polarizador, enquanto o outro lado não.
No exemplo da foto acima, o sol estava perto do horizonte, de modo que a faixa de céu diretamente acima foi mais influenciada pelo polarizador (fazendo com que pareça mais escura), enquanto as regiões superior esquerda e inferior direita (mais próximas do horizonte) foram muito menos impactadas. Se uma lente de telefoto tivesse sido usada para fotografar apenas a torre, então o céu pareceria muito mais uniforme.
Uma das primeiras características provavelmente mais notadas com o uso dos filtros polarizadores é a forma como eles aumentam a saturação de cores. Nas duas fotos a seguir vemos uma clara distinção quanto a este aspecto, pois, quando as reflexões diretas são reduzidas, uma fração maior da luz do tema é de variedade difusa - resultando em uma representação mais colorida. A folhagem ficará mais verde (com maior contraste e menor reflexo), o céu terá um azul mais profundo, as flores parecerão mais intensas. Enfim, as cores tornam-se mais vivas com o uso do filtro polarizador pois, quando a luz do ambiente é excessiva tornando tudo muito “branco”, é possível filtrar os raios de luz sobressalentes com o ângulo desejado e registrar a tonalidade real das cores da cena.
Outra função conhecida do filtro polarizador é eliminar ou atenuar efetivamente reflexos de superfícies não metálicas, como água e vidro. Na foto da figura 9 a seguir, vemos (além da óbvia maior saturação de cores) a diminuição do reflexo na água do lago, quando comparada à foto anterior (figura 8). Este efeito importante e “menos reproduzível digitalmente” está mais presente em fotos com águas cristalinas como assunto. Sem o uso do filtro polarizador a água reflete o céu e não dá para ver nada embaixo.
Pode-se questionar se o tratamento da imagem em programas como o Photoshop ou Lightroom é capaz de simular os resultados do filtro polarizador quanto ao aspecto de eliminação ou atenuação de reflexos. A resposta é simples: não. Isto porque o reflexo oculta partes da imagem, e não há como manipular uma informação que o sensor da câmera não registrou.
Por vezes, a fotografia de temas de vidro pode ser um verdadeiro desafio. Usando um filtro polarizador, pode-se definitivamente ajudar a reduzir reflexos ou brilho perturbadores). Da mesma forma, fotografar objetos brilhantes como um carro novo, por exemplo, com um filtro de polarização, irá mudar a maneira que as reflexões de luz são tratadas. Um filtro polarizador também poderá remover reflexos indesejados ao tirar-se uma foto de uma janela ou outra barreira transparente.
Um fator a considerar com filtros de polarização é que eles mudam a exposição necessária para uma fotografia. Perceba como a imagem à direita (com uso do filtro polarizador) acima ficou mais subexposta. O filtro polarizador parece bastante como uma lente de óculos de sol. Ele é escuro e funciona justamente por cortar alguns dos aspectos da luz, de forma semelhante a um óculos de sol. Como resultado, menos luz chega até o sensor de imagem e será preciso usar velocidades de obturação maiores, uma abertura maior ou reforçar a configuração ISO para compensar isso.
A diferença de exposição que o polarizador diminui é de 1 a 2 stops. É por esta razão que você não vai querer usar um filtro polarizador à noite.
É também sempre recomendado o uso do tripé ao usar filtros polarizadores. Devido a esse fato, o polarizador também é muito utilizado em fotografias de longa exposição durante o dia, para fotografar, por exemplo, lagos e cachoeiras (efeito véu de noiva), pois ao aumentarmos o tempo, muitas vezes a abertura mínima não é o suficiente.
Como dito anteriormente, os reflexos sobre superfícies brilhantes como, por exemplo: vegetação, superfícies de água e vidro são reduzidos ao usarmos filtros de polarização. Mas também no caso da pele humana, eles permitem a cor natural e os detalhes do que está por baixo do reflexo, além de diminuir o efeito branco da luz e garantir a saturação, conforme os exemplos das fotos abaixo.
Outro benefício do uso de um filtro polarizador para a câmera é o fato de se colocar um nível extra de proteção entre o vidro de uma lente cara e qualquer coisa que possa riscar ou danificá-la. Um filtro UV é, provavelmente, um filtro mais adequado para fins de proteção porque eles são mais baratos e têm menos impacto sobre as fotos quando o efeito de polarização não seja essencial. Porém, um filtro polarizador é definitivamente mais preferível a quebrar ou arranhar do que uma lente.
Há casos de algumas fotografias que podem perder muito de sua identidade sem a presença de reflexos. Nestes, a última coisa que o fotógrafo irá querer é usar um filtro polarizador. Se você usar o filtro polarizador para fotografar telas de cristal líquido (alguns monitores de computador, tablets e televisões de antigamente – hoje a maioria deles é de LED), estas vão sair pretas, como se os aparelhos estivessem desligados.
Uma outra questão é acerca de fotos através de vidros temperados. Os filtros polarizadores neste caso costumam não mostrar as cores reais do ambiente, pois são sobrepostas por um efeito de arco-íris – criando assim o que chamamos de birrefringência. O exemplo a seguir mostra uma fotografia tirada de dentro de um avião com cores alteradas devido ao uso de filtro polarizador.
Finalmente, uma última desvantagem: ao usar filtros de polarização com algumas lentes grande angulares, é possível ver vinhetas visíveis nos cantos do quadro. Para evitar problemas de vinheta, recomenda-se não usar mais de um filtro ao mesmo tempo e comprar apenas filtros de polarização tipo "slim" ou "nano", que são muito mais finos em comparação aos filtros de polarização de tamanho normal.
Concluindo: no geral, o filtro polarizador circular é uma ferramenta imprescindível na bolsa de qualquer fotógrafo, especialmente quando fotografa-se paisagens. Como pôde-se ver, este filtro não é apenas algo que pode ajudar a melhorar a cor do céu - é uma ferramenta muito mais versátil que pode reduzir reflexos e neblina e efetivamente aumentar as cores e contrastar as imagens.
Um filtro polarizador não é algo que você quer deixar em suas lentes a todo momento, pois pode roubar entre 1 e 2 stops e pode potencialmente fazer o céu parecer gradualmente desigual quando se usam lentes grande angulares.
Filtros de polarização circular de alta qualidade também podem ser bastante caros. No entanto, essas são pequenas desvantagens em comparação aos benefícios que eles trazem.
REFERÊNCIAS:
LEITE, ENIO. Fotografia Digital: aprendendo a fotografar com qualidade. Santa Cruz do Rio Pardo, Sp.: Ed. Viena, 2017.
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