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A fotografia de arquitetura exige que a imagem respeite as proporções e, principalmente, a orientação das linhas. Foto Reprodução: © Berenice Abbott – Grand Central Station 1941
Não se pode fotografar u prédio de baixo para cima, deixando-o com um aspecto distorcido. Na maior parte do trabalho em campo, use apenas a luz disponível no ambiente. Todo o projeto considera a iluminação do espaço tanto em relação ao uso de luz natural quanto nos pontos artificiais, e isso é importante registrar.
O especialista analisa que as pessoas observam a arquitetura pelo olho do fotógrafo, ou seja, o olhar do público coincide com o dele. Segundo Kon, ver um conjunto de fotos de um edifício é completamente diferente do que olhar para a obra diretamente. Essa função de intermediação, de escolher, está presente em todos os segmentos da fotografia.
O ponto de vista de quem faz o enquadramento, os elementos que compõem a imagem e também os que ficam de fora dela são decisões do fotógrafo. Esse aspecto discursivo da fotografia de arquitetura contemporânea contrapõe ao caráter documental que havia no século 19.
Naquela época, a fotografia não tinha a intenção de criar relações. A função era de reproduzir, com mais facilidade, os desenhos técnicos feitos pelos arquitetos, com base na perspectiva e pontos de fuga.
O panorama começou a mudar no início do século 20, quando surgiram fotógrafos que entendiam a fotografia como uma forma legitima de expressão. Para Nelson Kon, esses pioneiros se apropriaram do poder de criação que a pintura já havia consolidado, espelhando-se nessa área para criar com luz em vez de tintas. Já o segundo momento de autoafirmação da fotografia de arquitetura coincide com o movimento modernista.
Foi um momento de ruptura com os estilos da época. Para os arquitetos modernistas, o mais importante era o espaço arquitetônico, e a divulgação dessas novas ideias foi feita principalmente pelas revistas de arquitetura. É nesse momento que são formadas as bases para o atual registro das obras arquitetônicas no Brasil.
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