Fotos: Henri Cartier-Bresson
A criação de uma única fotografia é o resultado de uma série de decisões sobre a organização da sua técnica, sua exploração visual ou elementos à sua disposição. Estas decisões são a gramática de nossa expressão, a forma como organizamos nossas palavras para dizer algo de forma única.
Mesmo quando a luz está além do nosso controle e os momentos acontecem tão rapidamente que praticamente não temos tempo para reagir, as escolhas são nossas e é isto que nos dá potencial de produzir arte.
A arte, diria meu amigo Sebastião Salgado, deve ter algo do artista dentro dela. Este algo é a série de escolhas que fazemos sobre o que e como vamos dizê-lo.
E essas escolhas depois de uma certa prática, passam a ser instintivas, como respirar!
Aprendendo a linguagem
Todos nós, que somos abençoados com a visão, podemos ver, mas, por que alguns veem coisas interessantes onde nós não percebemos?
Se você, alguma vez, participou de nossas aulas de fotografia em campo ou já saiu para fotografar com um amigo, sabe do que eu estou falando: enquanto você está parado, desnorteando, diante de uma trilha, seu companheiro, a um metro de você, está concentrado em uma composição gráfica de coloridas folhas de outono.
E você pensa: “por que eu não vi isso? ” A resposta pode ser uma combinação de várias coisas. Talvez você esteja preocupado com seu trabalho ou não esteja adequadamente familiarizado com as possibilidades que a fotografia oferece.
Talvez, pode ter sido o motivo mais comum de todos: você realmente não sabe usar adequadamente o seu equipamento.
Um músico de orquestra sinfônica, por exemplo, tem o hábito de tocar seu instrumento oito horas por dia. Não porque desconheça a música, a teoria musical, seus compassos, etc. Simplesmente porque na hora que a orquestra se apresentar o maestro não irá admitir um mínimo erro.
A relação entre o fotógrafo e seu equipamento é o mesmo. Deve ficar clicando o tempo inteiro, para crescer, evoluir e conquistar novos valões técnicos e estéticos.
Lembre-se que na composição da cena, o objetivo é arranjar os elementos de maneira harmônica dentro dos limites da foto. É uma questão subjetiva, mas palpável, pois temos dentro de nós noções inatas de equilíbrio, harmonia e beleza.
Diante de um cenário temos infinitas possibilidades de enquadramento e, às vezes, alguns passos para trás ou para frente, dependendo do que queira realçar.
Mas, não esqueça da exploração visual, veja qual ângulo, qual ponto de vista da câmera você consegue visualizar melhor sua emoção.
Extraído da obra: APRENDA A FOTOGRAFAR COM QUALIDADE! AUTOR PROF.DR. ENIO LEITE - Adotado nas melhores universidades brasileiras e portuguesas.
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